domingo, 2 de setembro de 2012

O MEDÍOCRE SATISFEITO


Se você somente faz o que te ordenam, nada além do que é sua obrigação, você pode ser um medíocre. É palavra forte, mas é a realidade. Profissionalmente falando, medíocre é aquele que não é ruim suficiente para ser dispensado nem bom (ou acima da média) para ser valorizado ou promovido. Medíocre é a característica do que é mediano, comum, normal, inexpressivo, modesto, trivial e simples. Não é nada ruim, mas também nada impressionante.

 

As palavras de Jesus, registradas no evangelho de Lucas no capítulo 17 e no verso 10, nos diz: “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer”.

 

Infelizmente, tenho que afirmar que, em muitos lugares, estamos rodeados de medíocres. Profissionais que cumprem seus deveres, que tem graduação completa, que entregam o que se espera deles, mas que não vão além disso. Quando é proposto que façam uma atualização profissional, de conhecimentos, de capacitação, reciclar suas ideias e processos, formas ou aplicação de seu trabalho, entendem que isso não é mais para eles, mas para os mais jovens, os mais saudáveis, os que querem aparecer ou agradar a administração, ou para os que não têm outras responsabilidades importantes como estes julgam ter.

 

Na década passada falava-se que o profissional “do futuro” deveria contemplar uma série de qualidades para que o mercado de trabalho se utilizasse de seus serviços. Tomando por base a profissão de professor, era entendido que os atributos básicos desse profissional eram:

 

1)    Planejar aulas de modo organizado, criativo, com conhecimentos técnico-pedagógicos.

 

2)    Apresentar aulas observando a pontualidade, com capacidade de comunicação escrita e verbal, com habilidade em relacionar-se com os alunos e solucionar conflitos. Com o dever de conhecer a realidade do aluno tendo uma aguçada capacidade de percepção e observação. Confiante, simpático e bem-humorado.

 

3)    Facilitar, esclarecer dúvidas dos alunos, com acolhimento, capacidade de ouvir e manter a clareza nas explicações.

 

4)    Ensinar com ferramentas de tecnologia e conhecimentos de informática.

 

5)    Elaborar e avaliar projetos pedagógicos de raciocínio lógico, crítico e analítico; desenvolver a “inteligência emocional”, tendo habilidade no relacionamento interpessoal, com alto senso de equipe, um visionário generalista, ético, com conhecimentos básicos em administração escolar focado no cliente (pais e aluno).

 

6)    Conhecer e utilizar vários métodos avaliativos, buscando o senso de justiça.

 

7)    Participar de eventos educativos, aprimorando a liderança, cooperação, iniciativa e envolvimento.

 

 

Estamos no ano 2012 e com base no que tratamos acima, o que se espera é que o professor “do presente” seja portador desses atributos como algo básico dentro do mínimo esperado para o desenvolvimento de sua profissão. Se ele desenvolve essa gama de habilitações e nada mais que isso, já é tido como um medíocre. Certo ou errado? Pense.

 

Pretendo afirmar que necessária é a constante atualização de conteúdos, métodos e aperfeiçoamento profissional. Não é suficiente ter graduação. É necessária a especialização. Participar de simpósios, workshops, oficinas do aprendizado e ler, ler muito.

 

 Que carga, hein! É isso mesmo. Na prática, o professor nunca deixa de ser aluno! O professor tem de ser o que deseja que seus alunos se tornem. Saia do básico, da rotina, seja um diferencial, o espetacular, o indispensável!

 

Referências:

PAULO, Adriana Lúcia de. Seleção de professores: como encontrar e escolher os melhores profissionais. 1. ed. São Paulo: Alabama Editora, 2004.
 
Publicado no dia 31/08/2012 em Educação Adventista - Clique aqui.
 

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